Hypertransfer a cápsula que pode tirar o transporte terrestre
Veneza. Parece roteiro de filme romântico, mas está cada vez mais perto da realidade. Bem-vindo ao mundo do hyperloop – ou hypertransfer, como está sendo chamado na Itália –, a tecnologia que promete tirar o transporte terrestre do estacionamento onde ele parou nas últimas décadas.
Hoje o passageiro viaja praticamente encaixotado. Os trens continuam quase os mesmos e as rodovias viraram pistas de testes de paciência. Mas agora surge uma inovação que combina o melhor dos mundos: velocidade de avião com eficiência ferroviária.
Sem atrito com os trilhos, ele atinge velocidades de até 1000 km/h. Para efeito de comparação: Milão a Veneza de carro leva 6 horas; de trem convencional, 4 horas; de avião, 1h15. Com o hyperloop? 25 minutos. Dá nem tempo de terminar aquele podcast de true crime.
Caso entre ar, o atrito faz a cápsula ir freando até chegar a 5 km/h. Nesse ponto, as rodinhas descem automaticamente e levam você até a saída de emergência mais próxima, sem explosões hollywoodianas.
Trás dessa tecnologia não é só um monte de engenheiro europeu engravatado — tem brasileiro nesse rolê. Rodrigo Sá, mineiro, é um dos cofundadores do projeto Hypertransfer. Ele explica que, diferentemente dos maglevs ativos (como os que já operam no Japão e na China), que precisam de energia constante para manter a levitação, o sistema desenvolvido pela Hypertransfer praticamente não consome energia para levitar enquanto acelera. Resultado: menos consumo elétrico, menos ruído e muito mais eficiência.
Ele conta que, quando Elon Musk publicou o primeiro paper sobre o Hyperloop, em 2013, várias empresas começaram a desenvolver projetos mundo afora. Mas o Hypertransfer avançou mais rápido graças a colaborações globais – uma empresa cuida da cápsula, outra do propulsor, outra da estrutura dos túneis. Hoje, grandes nomes como Deutsche Bahn e Airbus já têm departamentos dedicados ao tema.
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